O cultivo da macieira é uma atividade relativamente recente no Brasil. No início da década de 70, quando foi iniciado o Projeto de Fruticultura de Clima Temperado – Profit, o qual previa o plantio de 3.150 ha de macieira até 1975. Com incentivos fiscais e apoio à pesquisa e extensão rural, o Sul do Brasil aumentou a produção de maçãs em quantidade e em qualidade, fazendo com que o país passasse de importador a auto suficiente e com potencial de exportação. A  produção é  concentrada em cultivares de apreciação universal (Fuji e Gala), as quais possuem teores de acidez e sólidos solúveis totais balanceados, sendo caracteristicamente muito saborosas.

No Brasil, a região sul é a principal produtora de maçã, englobando os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e uma parte de São Paulo. Essa região destaca-se pelas condições climáticas para a produção, bem como pela estrutura e potencial de comercialização. Dados mostram que a área plantada de macieira passa de 38 mil hectares entre esses estados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a produção chegou a mais de 1,3 milhões de toneladas nos últimos anos, a maior parte distribuída em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Contudo, o consumo da fruta no Brasil é relativamente baixo quando comparado, principalmente, com países do hemisfério norte.

Ainda, existem dificuldades de manejo que afetam a produção de maçãs associados à localização marginal da área produtora . Os principais problemas são os fitossanitários tais como diferentes pragas e doenças como a sarna, mancha da gala, podridões de verão e doenças de pós-colheita, as quais devem ser controladas por técnicas de manejo e uso de pesticidas.

Há uma crescente consciência mundial a respeito da importância da qualidade de vida, expressa na preocupação com a preservação, uso adequado dos recursos naturais e com a qualidade dos alimentos e, especialmente, da fruta. Os reflexos desta tomada de consciência são percebidos em todas as regiões através do redimensionamento dos sistemas produtivos incluindo os componentes ambientais e de qualidade de vida (alimentação saudável, etc.) através de uma mudança conceitual relativamente à ocupação do espaço rural e à escolha da tecnologia.

Para os países exportadores de maçãs (reais ou em potencial), a implementação de normas e critérios de qualidade mais rigorosos se constituem em barreiras alfandegárias, que podem ser transpostas pela adoção de um sistema de produção que racionalize a utilização dos agroquímicos e que estes sejam menos prejudiciais ao ambiente e à saúde humana.

Neste contexto de profundas mudanças no perfil do mercado nacional e internacional da maçã, via mudanças dos hábitos, gostos e preferências dos consumidores, a definição de um sistema de Produção Integrada de Maçãs (PIM) no Brasil, viável técnica e economicamente, significa habilitar este setor para enfrentar os desafios que este novo cenário impõe.

Para a adoção deste sistema de produção, o fruticultor deve contar com assistência técnica habilitada para conduzir as práticas de manejo do pomar atendendo aos princípios e fazer uso de agroquímicos de forma racional.

Esse objetivo somente pode se alcançar pelo manejo integrado e uma ferramenta importante para uso correto dos pesticidas é dispor de informações que informem a ocorrência do risco de ocorrência da praga que é um sistema de Alerta.

Com o manejo adequado das pragas os produtores terão mais rentabilidade exercerão menor impacto ambiental, diminuirão os riscos aos produtores, trabalhadores e consumidores o que credenciará os sistema produtivo para certificações de qualidade para a maçã brasileira.